sábado, 16 de maio de 2009

O Remake

Nessa sexta feira de manhã, a equipe da Impressione chegou ao bar Mustang Sally para fazer a filmagem do Remake da cena de Pulp Fiction. Depois de uma última reunião no carro, vimos de longe a porta aberta e alguém por ali. Descemos do carro, mas ao chegarmos a porta já estava fechada e não se via ninguém lá dentro para chamar.
Ali estávamos, com equipamento em mãos, roteiros de sobra, perucas, xícaras e cafeteira nas sacolas, quando uma mulher parou. Ela disse que trabalhava ali e que os funcionários não usavam aquela porta para entrar e se afastou em direção à porta dos fundos. Esperamos pra ver se ela iria abrir a porta para nós e, sem querer perder tempo, nossa diretora foi atrás dela.
Ao voltar, nos contou que a mulher estava para fora também, alegando que o chefe estava atrasado. Quando a Gil disse que nós havíamos visto alguém entrando pela porta da frente, a mulher respondeu que ali várias pessoas viram coisas que não estavam mesmo ali... É. Em qualquer situação, juro que eu não levaria isso na brincadeira e ficaria com muito medo. Mas já estávamos atrasados, um dos atores já tinha chegado e não tínhamos tempo para brincar com os fantasmas do Mustang. Fantasma ou não fantasma, tinha que nos receber logo, pois tínhamos que terminar no máximo às 11h.
Finalmente a porta se abriu e quem a abria parecia bem vivo. Parecia. Porque assim que abriu, pronunciou palavras que nos congelaram a alma. “Infelizmente vocês não poderão entrar. Não tem autorização, ninguém me avisou nada”. O funcionário nos olhava como se aquele grupo de mulheres (mais o ator) se parecesse com uma quadrilha de assaltantes. Será que tínhamos encarnado tanto os personagens do Tarantino?
Claro que nossa equipe havia entrado em contato anteriormente com o dono do estabelecimento, que pessoalmente autorizou a realização do nosso trabalho. Depois de muitos protestos da nossa diretora, o funcionário entrou e depois voltou com um sorriso amarelo como se tivesse acabado de ouvir o grito do patrão no telefone.
Um pouco atrasados e ainda descongelando da fria espera, começamos a montar o cenário e logo chegou o segundo ator. Rapidamente começamos a filmagem e tudo correu bem. Confirmamos o que desconfiávamos: o principal na realização do filme é o que acontece antes de ligarmos às câmeras. Toda a preparação do roteiro, a busca pelos objetos de cena, pela locação, pelos atores e o empenho deles em ensaiar bem o texto e os trejeitos, foi o que fez tudo acontecer de forma tão tranqüila na hora do “vamos ver”.
Foi uma experiência maravilhosa para cada um dos envolvidos. Aprendemos muito, encontramos os melhores atores-que-não-são-atores possíveis, que já foram avisados sobre o Curta do semestre que vem! Foi uma experiência tão positiva que quase apaga a lembrança das longas 5 horas na ilha de edição... Mas mesmo depois disso eu ainda estou na frente de um computador só pra poder contar do nosso “bebê”, como diz a Gil.

Well done, girls. Well done.

Adriana Vieira.

4 comentários:

  1. Haha. Cinco e meia, professora. Mas só porque as cenas que a gente ia usar já tinham sido marcadas durante a filmagem!

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  2. E também pq a edição já tinha sido planejada na reunião que aconteceu no carro, antes de entrarmos no mustang!!!
    Thaís

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  3. Com certeza uma das melhores experiências da minha vida. Essas coisas mostram muito com o que eu quero trabalhar... "Well done" mesmooo Girlllls! ;D


    Tássia

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