terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Entre andares

No sétimo andar de um edifício qualquer existe um homem que faz parecer assombrar os corredores. Curitibano de corpo e alma ele espalha a frieza que ganhou da cidade, traz consigo uma bruma de arrepios. Quando no elevador desejam o protocolar bom dia, ele nada responde. O dia nunca está bom em Curitiba. Mas dia ou outro a cidade fica quente, antes de entrar na próxima era glacial. Este homem também tem seus momentos de calor, que poderiam fazê-lo sair do ataúde gelado. Havia escutado os passos quentes de uma mulher, nova moradora do andar acima. Desesperado com a chance de vê-la apertou o botão do elevador e então entrou na armadilha: elevador, lugar menos sugestivo para um curitibano interagir. Estava só com uma das poucas mulheres que o chamou atenção nos trinta e cinco anos de vida, mas não conseguia balbuciar uma palavra. A solução foi fazê-la não usar o elevador. E ainda por cima esperar que ela aceite ajuda para descer as escadas. Agora, em um novo ambiente e com mais tempo, ele espera ao menos descobrir o nome da motivação que surgiu em forma de mulher.

Foi preciso muito trabalho para fazer a originalidade do roteiro do curta Elevador ganhar as telas. Depois de muitas ideias e planejamento, enfim a história idealizada e defendida pela Impressione Produções Cinematográficas ganhou forma. A produção contou com o apoio cultural da Construtora Hugo Peretti, do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Além do apoio de amigos e familiares dos integrantes da produtora.

Confira a pré-estreia no dia 2 de dezembro, às 19h30, no auditório John Henry Newman (Biblioteca), na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Ficha Técnica:
Idealização: João Adolfo Wendpap e Thaís Mocelin
Roteiro: João Adolfo Wendpap
Direção: João Adolfo Wendpap e Thaís Mocelin
Assistentes de Direção: Adriana Vieira e Tássia Rodrigues
Produção: Gilce Martins
Direção de Arte e Som: Marcela Weiller e Rosane Sousa
Figurino: Adriana Vieira
Continuidade: Adriana Vieira e Tássia Rodrigues
Cinegrafista: Sidnei Dubena
Edição: João Adolfo Wendpap e Thaís Mocelin

Elenco:
Luciano Kolotelo – Natinho
Leila Vieira – Victória
William Araújo – Neto
Bruna Roveda – Atriz
Patrícia Albunio – Atriz
Paty Druzian – Atriz
João Adolfo – Gilson
Celina Ditzel – Esposa
Marlene Reis – Sra. Sapeca
Thaís Mocelin – Mulher de Salto

Impressione Produções Cinematográficas

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Evolução do trailer.

Aqui breve retrospectiva na evolução da divulgação audiovisual
do Curta Metragem Elevador

Conhecido e famigerado trailer fake:




Digam se o zumbi do elevador não parece ser um facínora
devorador humano!






Teaser estétito romântico encanta público mas não tem
conteúdo verissímil sobre o filme:








Reparou naquelas sujeirinhas no chão?
Bem atrás do pé da atriz! Não?
Tudo para testar a atençãodo espectador.
Ps: Realmente há uma sujeira de origem desconhecida.






Trailer amado pela equipe e desejado como oficial
mas rejeitado veementemente pela Deusa do Cinema,
que não aceitou diminuição da nota como oferenda
em sacrifício:







1:36... eu disse 1:36!
Alguém já pensou que se as máscaras caírem...
ELAS CAEM SOBRE SUA CABEÇA!!!!







A necessidade cria a linguagem,
como aprendemos ao longo da produção -
O meio minuto cria a linguagem comercial,
como não conseguimos escapar.





Perdeu mesmo preibói.
Meio minuto e doze milésimos - irredutíveis.





E finalmente chegamos ao resto... digo, oficial.
Trailer de meio minuto do curta metragem Elevador.





Trinta segundos e cinco milésimos.
Mas sabe que não está tão ruim?









Tudo isso para fazer você internauta
*temos algum além da professora?*
saber que dia dois estréia Elevador.

Com festividade na PUCPR.

Logo mais, texto sobre a estréia -
que eu nem sei de todos os detalhes ainda...




Breve no elevador mais próximo de você.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Lançamento do Segundo Teaser






Ainda há mais lançamentos! Dois trailers, um oficial - que apesar de mais longo... não está tããããão bam bam bam quando o trailer acadêmico


Aguardem lançamentos!

Letra roxa, má diagramação? E ainda restam dúvidas sobre quem postou isso?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Reta Final...

Está chegando a reta final da produção do curta, do cineacademia, do blog...É muito bom ver o quanto todo mundo evoluiu dentro do grupo e como a gente aprendeu. Aprendeu fazendo, produzindo, correndo atrás.As dificuldades vieram e soubemos contorná-las da melhor forma.O principal é que não foi só o "curta" que nos ensinou. Cada entrevistado para o cineacademia, cada texto para o blog..experiências maravilhosas, que só contribuiram para o grupo...Nessa última fase, falta só o básico do básico para o fechamento completo.Conseguimos os "apoios culturais" e fomos atrás de gráfica para a impressão dos banners e lojas de informática, para os dvds.Acredito que todos (como eu) estão muito ansiosos para ver o resultado final.Todos loucos para ir na estreia e ver o nosso trabalho pronto. Não só o nosso, mas dos outros grupos também. Acredito que a dedicação deles tenha sido tão grande quanto a nossa. E acredito que os trabahos serão de qualidade.

Sucesso a todos!!!!

Beijoss!

Tássia Rodrigues

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Este texto vai ficar em letra roxa, ai de quem – Thaís – mudar.





Os espectadores e a galerinha do mal finalmente vão poder assistir ao filme, na estréia vindoura. Esperamos risos e quem sabe a catarse sobre o cotidiano – inovação e irreverência! Temos alguns atrasos na produção da pós-gravação, mas nada que ainda não tenhamos tempo e esperanças. E quem entende de esperança somos nós, e o Silvio Santos (quem nunca viu Porta da Esperança?), afinal as expectativas não são poucas. E por ser tamanha essa expectativa tenho até certo medo de que estejamos agindo como uma mãe coruja, daquelas que quando batem o olho na ultra-sonografia do filho e dizem ao borrão humano: - Coisa mais linda, a cara do pai. E é isso que o filme é para as pessoas que não o viram, somente a imagem de um borrão que criaram ao ouvir sobre o filme. Temos horário no estúdio de rádio dia 19 para gravar a trilha sonora e assim dar voz ao filme. Detalhes como crédito estão definidos para dar traços da origem da gravação. É só o que falta, detalhes aqui e acolá... e depois do preparatório *cartazes e etc* ele poderá vir ao mundo e espera receber um tapinha na bunda quando virar de cabeça para baixo o público.


Assinado: Bah, continuarei sem assinar!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Da gravação: Fome, sede, garganta empoeirada e zunidos de mosquitos mecânicos no ouvido. Afinal era uma construção. Nada que não fosse resolvido pela super Gil e pela poderosa equipe feminina. Eu, o bendito frutos entre as mulheres paramos a obra... atributo que preferiria ser só delas. E eu lá gosto de pedreiro parando o trabalho só porque passei! Foi complicado e a situação nos fez aceitar muitas coisas que não havíamos planejado, mas que seja! Não vou repetir o que já repetiram neste blog, contarei um pouco da realização – ignorando a entrada do texto... que diz claramente: Da gravação. Como roteirista eu pude acompanhar o processo de uma forma um pouco mais densa, pois as imagens – chamemos de originais – estavam na minha cabeça, imagens produzidas seriam uma tentativa de cópia das imagens originais. Graças a toda equipe o filme saiu, na medida do possível idêntico ao planejado – claro que aceitando algumas limitações físicas; mas não de elenco e produção. Aquela angústia de roteirista foi sumindo à medida da execução da filmagem. Uma palavra que defina a idealização, gravação e execução: Funcionou.

Da edição: A edição foi divertida, mais que alguns momentos da gravação – é irresistível brincar com as imagens, testar, e criar finalmente a forma palpável das idéias. Diga-se que nada palpável, só forma de dizer. Palpável aos olhos. Dessa diversão saiu o teaser; trailler fake.


Teaser no próx post.

Adolfo Wendpap

domingo, 18 de outubro de 2009

Bastidores


Elevador cru: no início, tava difícil de acreditar que nosso cenário ia fazer milagre...




...mas fez! E os momentos vividos durante as gravações ficarão para a história!

Só um pouquinho para dar um gostinho...



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

“Cinema é coisa de angustiado”

Em meio à pesquisa e organização de pautas para as postagens do Cineacademia, encontrei um texto de Aly Muritiba que muito tem a ver com a experiência que estamos vivendo ao fazer o curta.

Reconfortante saber que não somos apenas nós, acadêmicos, que sentimos na pele as angústias de se produzir qualquer trabalho empreendedor. Reconfortante saber que os profissionais também sofrem com os imprevistos e exercitam o jogo de cintura para não perder o rebolado. Reconfortante saber que não sou a única que tem mania de enumerar as coisas metodicamente às vezes, seja uma sequência de fatos ou o número de angústias enfrentadas...

Recomendo a leitura: http://www.paralelocentro.com.br/2008/04/27/aly-muritiba-cinema-e-coisa-de-angustiado/


Thaís Mocelin

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Apenas complementando...

Eu digo o seguinte: No começo do ano, quando pensei “vou estudar Cinema, finalmente!” não me ocorria que estaria eu, um dia, enfiando carnes cruas em ganchos de rede em função desta matéria. Se a cena parece grotesca, triplique-a e terá uma noção da realidade. Mas na hora, queríamos tanto que tudo acontecesse que nem sentimos tanto. Acho que assim como eu, todos se perceberam, em algum momento, executando todas as funções existentes. Tínhamos as nossas, pelas quais sentíamos maior responsabilidade, mas tínhamos todas as outras também. Afinal, sempre faltavam mãos em todos os cantos do “set”.
Da parte de Figurino, confesso ter tido sorte, os atores tinham bastante coisa. Mas a dupla dinâmica de roteiristas-diretores me deu alguns pepinos (ótimos!) que não vou entregar ainda, para que seja surpresa. No fim das contas, com muita ajuda, deu certo. Também fui responsável pela Continuidade, que é uma atividade um tanto quanto chata, por termos às vezes que interromper a fala do diretor, ou do técnico, ou da Gil (haha) pra pedir o tal do “Time Code” que todo mundo esqueceu. Mas realizei isso feliz por ter tido a orientação anterior de que se trata de algo importante, por agilizar muito a edição.
Quero dar os parabéns a todos os integrantes da equipe, que tiveram, cada um, participação fundamental, o que demonstra que todos nós, apesar de em horas estressantes tomarmos atitudes que nem sempre representem essa igualdade, somos Capazes. Além da experiência que adquirimos no que se refere ao fazer cinematográfico, esses momentos sempre acabam por dar uma chance de aprendemos sobre nós, como grupo. Como o fato de não podermos deixar de ter fé nos outros, assim como em nós mesmos.

Aquele abraço, Adriana Vieira.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PRODUÇÃO DO CURTA - ELEVADOR


Por
Gilce Martins

...O início
Quando o ano começou e vi Cinema fazendo parte da grade do curso, pensei com meus botões “o que alho tem a ver com bugalhos?” Hoje, entendo e recomendo.
O ano está repleto de expectativas frustradas em relação ao curso de jornalismo. Caiu a necessidade do diploma. O projetor de multimídia não funciona. A sala é quente e apertada. A gripe Suína. Falta comunicação... Blá, blá, blá...
Cinema, para mim, tem sido a redenção.

... O curta
Então veio a gravação do curta, tínhamos a impressão que não seria uma tarefa fácil. Porém, a realização superou em muito nossas expectativas.
Foi uma Odisséia. O roteiro veio das mãos de “Deus” e da “Fada Madrinha” literalmente.
Este fato por si só, já era o prenúncio de um bom começo. No sorteio de equipes para as gravações fomos agraciados com o número 01. Organizamos a tropa, dividimos as tarefas e demos início ao trabalho.
Aconteceu tudo o que os professores já sabem, por experiência, e mais um pouco.

... Dom Quixote e Sancho Pança
A Impressione, historicamente, opta por projetos ousados. Desta vez não foi diferente. Tínhamos apenas que parar um elevador em funcionamento por 16h. Sem saber que isto era quase impossível.
Mesmo depois de conseguir o apoio cultural da Construtora Hugo Peretti e, sabendo da importância da conquista, nos demos ao luxo de achar que não era adequado. Fomos tal qual Don Quixote e Sancho Pança buscar moinhos de vento ou seja, condomínios habitados para bloquearmos o elevador por dois dias inteiros. Começa então a saga. Encontramos pessoas boníssimas, delicadas, interessadas em ajudar a produção cinematográfica local. Mais, os vizinhos não queriam saber de utilizar escadas, fazer um pouco de exercícios e dar uma força ao coração. Ou ainda, fazer um exercício de humildade utilizando o elevador de serviço.

... No limite
Bom, isso tudo foi aprendizado. Já com as locações definidas, tarefas divididas, começamos a produção. Sem saber que o pior e o inusitado estavam por vir.
“Creio que a Celina e o Almir, professores da disciplina, se inspiraram no reality show ‘No limite” para construir esta tarefa. Pelo menos foi assim que nos sentimos na maior parte do tempo. Tempo! Que tempo? A Falta dele, isto sim. Faltando 24h para o início das gravações descobrimos que os dias marcados não seriam mais possíveis. Isto depois do cronograma pronto a ajustado ao elenco, composto por 10 atores, todos com agendas apertadíssimas. Readequar os horários dos atores ao nosso pouco tempo de gravação não foi tarefa fácil. Haja adrenalina.

... Início das gravações
Nos reunimos com um técnico e produzimos com outro. Afinal “Deus” agora o do céu, foi generoso e deu tudo certo. Já tínhamos purgado o suficiente.
Amanhece quarta-feira, depois de uma noite mal dormida, acordamos às 6h, organizamos as coisas e começamos a gravar. A primeira locação foi um céu. Gravamos na casa de “Deus” aqui na terra. Tivemos o primeiro contato com a filmagem do roteiro e deu para confirmar que realmente tínhamos uma ótima história nas mãos e bons atores. Todo o trabalho preparatório da equipe começava a dar resultado.

... A cachorrada
Nesta locação o inusitado foi durante a externa. Eu (responsável pela produção) saio correndo pela rua enxotando os cachorros para que não chagassem perto da nossa cadela-atriz Laika e fizessem com que todos os cães da vizinhança latissem, comprometendo nosso áudio. Foi uma cena...

... Passando o rodo
No dia seguinte, começam as gravações na locação do prédio onde esta o elevador. É o inicio do maior desafio. Um condomínio classe A, em fase de acabamento. Formado por 3 prédios de oito andares. No local, dezenas de pedreiros e mestres de obras. A partir daí os fatos que se seguem são absolutamente reais embora possam parecer frutos da nossa criativa imaginação. Como disse a Thais paramos a obra.
Primeiro, tínhamos que limpar o local que estava cheio de pó e resíduos de construção.
Estávamos com vassouras, panos, rodo, esfregão, detergentes, e lenço na cabeça, faxinando e discutindo detalhes técnicos do curta, quando de repente, Sr. Hugo Peretti, em pessoa, chega no andar para nos conhecer e ver o que ele tinha autorizado no seu empreendimento. Então, eu com rodo e pano em riste, me viro para ele que me observa de cima a baixo. Nesta hora, queria que o chão se abrisse e que eu desaparecesse.
Afinal de contas a impressão que ele tinha de mim era a do telefone, quando me apresentei como produtora de cinema realizando um curta e falei da importância do seu apoio cultural para concretização do nosso projeto e tudo mais.
Passado o susto respirei fundo, sem perder a pose apresentei a equipe. Falei do projeto. Expliquei que o elevador estava adaptado porque fazia parte, compunha o cenário. Tentei ao máximo sustentar uma imagem intelectual para contrapor à situação em que nos encontrávamos. Ele nos olhava entre curioso e estupefato. Conseguimos o apoio dele para segurar o elevador e o resto enquanto estivéssemos ali gravando.

...O Elevador
Este é um episódio a parte. Além de menino dos nossos olhos é nele que se passa a maior parte da história.
O diretor sugeriu que o adequássemos, pois além de cenário ele é um personagem e complementa a linguagem narrativa. Então foram 400 taxinhas, alguns dedos furados e um quase homicídio. Além de tudo tínhamos que cuidar para que os pedreiros não utilizassem nosso elevador pronto para as tomadas, com seus carrinhos cheios sei lá do que, sujando e destruindo tudo. Quando ouvíamos som de furadeiras ou qualquer outro que comprometesse o áudio, tínhamos que parar e descobrir da onde vinha e pedir para cessar. Saímos de lá com o sentido da audição mais aguçado.
Quero fazer uma correção. Os pedreiros não foram só vilões no nosso filme. Muitos deles foram mocinhos e terão seus nomes nos agradecimentos da ficha técnica.

... Valeu a pena
Foi uma experiência rica, maravilhosa. Tudo é possível com eficiência, planejamento e organização. Temos uma equipe que se fortalece a cada projeto. Discute idéias o que é positivo e que se une e se apóia para realizar o trabalho da melhor forma possível.
Lembrei novamente que não tínhamos muito tempo. Era o tempo dos atores, tempo do técnico, tempo da obra, tempos de angústias e gargalhadas. ...O não pagamento das horas-extras e a nossa falta de tempo.
Seguramos Sr. Hugo Peretti, os pedreiros, o elevador, o Sidnei, os atores e a nossa ansiedade. Porém, o tempo este é indelével ele passa.

... Sobre o que cinema tem a ver com jornalismo? Tudo. Ontem estava no carro e ouvi na Band News, que no sábado agora, a filha de Woody Allen está vindo para o Brasil, para um encontro com realizadores da O2 Filmes (Fernando Meireles – Cidade de Deus, Ensaio Sobre a Cegueira) e da Conspiração Filmes (Claudio Torres, Andrucha Waddington, Lula Buarque – Dois Filhos de Francisco de Breno Silveira) Graças a disciplina e a Cineacademia, hoje eu consigo abrir estes parênteses e completar a informação. Ligar nomes a empresas e compreender a importância deste encontro para o cinema brasileiro e sul americano.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

5, 4, 3, 2, 1... Ação!

Depois de muita trabalheira pré-produção e deslocamento do quadrado tempo para quarta, quinta e sexta-feira da semana passada, enfim as gravações do curta “Elevador” sacudiram a Impressione.

O primeiro dia de gravação (dia 23) aconteceu na casa do colega Adolfo e teve como foco as cenas em que os protagonistas contracenam sozinhos. De manhã foi a vez dele. A tarde foi dela. Já a noite... foi da produção! Saímos da primeira locação, diretamente para a outra: o prédio Monterosso, em plena fase de acabamento, da construtura Hugo Peretti (http://www.hugoperetti.com/hugoperetti/?id=info-lancamentos&iid=7). Objetivo? Começar a montar o cenário para o dia seguinte. Ao chegarmos, o mestre de obras pergunta: “Vocês vão demorar? Daqui a pouco vamos fechar a obra e o vigia só chega às 19h”. Ah, tudo bem, nós não pretendíamos demorar. Maaaaas, como nem tudo é como se planeja... a colocação do EVA para revestir o dito do tapume do elevador foi um pouco mais complexa do que era esperado. (Nosso querido elevador já estava em funcionamento, porém com uma proteção de madeira – horrorosa - para protegê-lo da obra). Faltou material = mais uma compra de última hora! Ok, planos refeitos, 18h15 decidimos ir embora. “Nossa, que silêncio né... será que todos os pedreiros já foram embora?” Sim, eles foram. Presos na locação!!! Oh céus!!! Todos os portões fechados. Momento 1: pânico. 2: calma, que o vigia chega às 19h. 3: longa e tensa espera. 4: 19h e nem sinal do vigia. 5: nova procura por saídas alternativas. 6: ou vai ou racha – antes que chamássemos ainda mais a atenção, saímos em fila indiana por um caminho tortuoso com pedras, lama, tijolos, escadinhas e um pedaço de tapume entre o muro e o portão! Ufa, era a nossa brecha. Atolando na terra sim, mas sem cair nas poças de água. Precioso tempo perdido, mas mais uma aventura para o currículo. Livres, de volta ao QG (Adolfo’s house), para fazer uma nova análise combinatória e tentar trocar a ordem de gravação das cenas de sexta para quinta, pois um dos atores teve um compromisso inadiável de última hora. Graças aos céus, fomos recompensados pelo susto do dia e conseguimos reorganizar tudo a tempo.

O segundo dia de gravação (dia 24) começou com uma rápida externa na frente do prédio do ator protagonista. Enquanto isso, parte da equipe já estava no prédio em obras para continuar “vestindo” a base do nosso curta: o elevador! O resto da manhã foi de muitas tachinhas, marteladas e risadas. Até o Sidnei (o cinegrafista) entrou no clima da produção e certamente voltou para casa levemente alterado pela loucura da equipe. Aposto que o primeiro pensamento que passou pela cabeça dele é que estávamos inventando moda e que seria impossível fazer tudo aquilo que imaginamos. Bem, na parte da moda ele estava certo, mas demos conta! Mega produção é assim... Quem disse que gostamos de facilitar quando podemos deixar tudo mais complicado? Dia de maior correria, com mais atores, mais troca de cenários, figurinos, coisas bizarras e tempo apertado. Roubo, Intervenção (mais conhecida por “vai cair”), Titanic, Carbonara, Zumbi e Carne. “Cadê o dinheiro e o canivete? Zuuuuuum. Por que esta furadeira ainda está ligada?????? E a toalha da mesa? A quadriculada fica melhor! Onde foram parar os talheres? Zuuuuuuum. Corre pedir para eles pararem de novo! Pode arrumar o macarrão e colocar na bandeja! Silêncio. Pendura as máscaras de oxigênio! Coloca o vaso de planta no lugar certo! Time code?! Maquiagem do zumbi! Oh abre-alas para os bifes passarem, saiam da frente! Traz o catchup, meleca a gosto! Ui. Limpa tudo!” Fim de tarde: nossos atores foram embora, mas o trabalho adentrou a noite... Retirada de todo o revestimento branco e colocação do fundo infinito preto. Agora já com maior prática – não fosse a teimosia e a tortuosidade do EVA... Desta vez o vigia estava em seu posto às 20h30, quando os últimos integrantes da equipe deixaram o prédio (na verdade o que sobrou deles devido às dores musculares e o que aparecia em meio a tanta poeira).

O terceiro e último dia (dia 25) começou mais que cedo. Precisávamos fazer a manhã render e vencer a última bateria de cenas (última conforme o cronograma, pois a ordem de gravação no geral não seguiu a linearidade da narrativa). Nossos protagonistas chegaram cedo, a faxina no andar ocupado para as gravações foi mais rápida e já não era necessária troca do cenário. Decidimos manter o ritmo e paramos para almoçar apenas às 15h. Enquanto isso, bolachinhas para tapear os estômagos, trabalho de RP com os pedreiros e bom humor para comemorar o bom andamento de tudo. O terceiro dia também teve a gravação da cena final – uma das mais trabalhosas, na escada do prédio. E a participação mais que especial da avó do Adolfo, que trouxe ataques de riso para todos! O último “corta” foi comemorado em alto e bom som! Depois veio o corre-corre para desmontar tudo, devolver técnico e equipamentos ao laboratório, desmontar o set, reordenar a “mudança” que cada um levou de sua casa e finalmente desocupar o terceiro andar do Monterosso, nossa locação por dois dias.

Fim de tarde. Cronograma vencido. Tudo gravado. Dores musculares de sobra, muita gasolina gasta, horas de sono a menos, mas satisfação pela experiência e pelo trabalho realizado. Corrida para a ilha de edição capturar as imagens, porque o trabalho continua... e a edição já bate à porta! E a curiosidade também!


Thaís Mocelin

domingo, 20 de setembro de 2009

Cada coisa em seu quadrado

O trabalho foi intenso durante a semana. Listas e mais listas de afazeres e coisas para providenciar. E muito esforço para colocar cada coisa em seu quadrado! Aqui fazendo referência às tabelas e mais tabelas necessárias para a organização de toda a produção...

Quadrado da atuação? Ok. Depois de alguns imprevistos, enfim tudo certo com o elenco. Hoje teve ensaio e prova de roupas (o que arremata mais um quadrado – o do figurino – ou pelo menos quase né Adri?). Espero que a gravação seja tão divertida quanto os dias de testes e esta tarde de domingo.

Quadrado da locação? Minha nossa, como deu trabalho este quadrado... estava mais parecendo um octógono de tão complexo! (A companheira Gil que o diga!) Ainda bem que contamos com um apoio cultural da construtora Hugo Peretti. Ainda bem que a casa do nosso colega Adolfo está de portas abertas para a produção (pré-produção e pós também não é colega?). Ainda bem que teremos disposição (pelo menos espero) para, além do prédio em fase de acabamento e da morada do nosso roteirista, editor, motorista, figurante (entre outros), ir a mais dois lugares para gravar uma cena em cada. E ainda bem que, em meio ao desespero, temos cabeça para adaptar o roteiro umas 5678956723 vezes! Ok, não foram tantas adaptações assim... mas deram trabalho.

Quadrado da arte? Munidas de uma lista imeeeensa de objetos de cena, as companheiras Marcela e Rosane trataram de convocar a colaboração de todos os membros da equipe para anotar o que cada um já tinha para construir os cenários. Depois, foram às compras! (Ainda não temos a soma dos gastos, mas tomara que a conta não seja uma facada para nossos pobres bolsos universitários!)

Quadrado técnico? Esta é a hora de usar e abusar de todos os equipamentos disponíveis. Já pedimos tudo o que temos direito. E mão-de-obra também. Desta vez contaremos com o apoio de cinegrafista profissional!

Quadrado do marketing? As gravações ainda nem começaram e ideias para a divulgação do curta já começaram a aparecer. Também estamos na torcida pela aprovação de apoio de uma pizzaria e para que os preços de álcool e gasolina não subam na próxima semana!

Quadrado tempo? Terça, quinta e sexta serão os dias de gravação. Depois, só Deus sabe...

E de quadrado em quadrado nosso curta vai ganhando forma...


Thaís Mocelin

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Produção em andamento

A Produtora Impressione está com a produção do curta-metragem a todo vapor. A equipe está muito animada e pronta para o trabalho. Nos dias 11 e 14 de setembro, ocorreram os testes de seleção de atores para fazer parte do elenco do nosso curta. O teste aconteceu em uma sala de aula na PUCPR. Ao todo 13 pessoas estiveram presentes. A maioria ficou sabendo por meio de cartazes deixados no Lala Schneider e Pé no Palco, por isso muitos já vieram com experiências em teatro e vídeo, o que facilitou muito a seleção.
O teste foi muito legal. Não era nada de outro mundo. Foi baseado em algumas cenas do roteiro e o critério principal de avaliação era a capacidade de improvisação dos atores, o que tornou o teste ainda mais divertido.
Segundo a nossa colega, Thaís Mocelin, que integrou a banca avaliadora, o resultado foi bem positivo. “Foi legal ver que muitas pessoas se interessaram pelos papéis, se empenharam e entraram no clima pagando todos os micos propostos”, conta. E comemora: “O mais importante foi perceber que a história despertou interesse das pessoas também enquanto público”.

Critérios de avaliação:

- Protagonista feminina: Para o papel de protagonista feminina foram avaliados o andar de salto alto, a postura e a desenvoltura em duas cenas, sendo uma do roteiro e outra improvisada.

- Protagonista masculino: Para o papel de protagonista masculino foi avaliado principalmente a leitura de alguns trechos da narração e também a atuação em uma cena do roteiro.

- Coadjuvantes: Para os papéis de coadjuvantes o processo foi bem variado mesclando cenas do roteiro e improvisação com outros colegas. Até o nosso colega Adolfo entrou em cena para participar dessas improvisações.


O dia está chegando
O roteiro literário já está pronto. A parte técnica está em andamento. As reuniões com a equipe estão acontecendo frequentemente e a produção está organizando cronogramas, encaixe de horários para gravação, cenários, figurino, objetos e buscando apoios.
As gravações vão ocorrer na semana de 21 a 28 de setembro. A ansiedade está tomando conta. Que Deus nos ajude!


Marcela Weiller

domingo, 13 de setembro de 2009

CASTING

TESTE DE ELENCO

Procuramos atores para produção de curta metragem.

Sinopse: Um homem se interessa por uma mulher somente por ouvir os passos de salto alto. Ela mora no andar de cima, e mesmo sem nunca terem se cruzado ele começa a procurar por ela no elevador, o ambiente menos sugestivo para um curitibano interagir.

Os testes serão na PUC-PR, bloco vermelho - sala 6. Segunda-feira, dia 14, 17 às 19h.

Temos papel para:
Um protagonista - preferencialmente com aparência de 30 anos
Uma protagonista - alta, prefencialmente entre 18 e 28 anos
Nove figurantes - todas as idades

Moças interessadas em fazer a protagonista: levem um salto alto. É fundamental para o teste.

Não haverá remuneração, mas podem contar com aquela ajuda de carona e uma pizza por dia. Caso não seja possível dar carona, os custos com transporte (ônibus) serão cobertos.




segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Roteiro




Bom dia, tarde ou noite - conforme horário em que ler este post.

Meu nome é João Adolfo Wendpap e eu não bebo desde a última vez que escrevi um roteiro.

Platéia dos roteiristas anônimos: Uma luta por dia.


Mentira, foi uns dias depois que termineo o roteiro. Estou aqui para falar um pouco do roteiro e da criação - que não teve meio etílico, só início e fim.

Tá, chega de brincadeiras sem graça. O que eu quero mais ou menos com essa inutilidade é dizer que foi extremamente divertido escrever o roteiro, as idéias pipocavam. A idéia original de fazer um filme que se passasse em elevador foi de Thaís Mocelin e eu romanciei.

O roteiro foi feito em dois dias e finalizado no terceiro, possui nove páginas e onze personagens - sendo dois protagonistas. Dizem que em todo roteiro ou texto para teatro há um antagonista, mas talvez não se o protagonista já for um anti-herói. E devido ao meu estudo em teatro e vivência com encenação o roteiro ficou um pouco teatral. Mas nada que não possa ser arrumado.

O personagem principal é tímido, chato, sozinho, rabugento. Mas sabe rconhecer a si próprio e o que é bom - no caso o que é bom é a protagonista. E a história do curta se dá com o protagonista resolvendo mudar o interior de si e do elevador em que todo dia encontra a boníssima dama do oitavo andar (ele mora no sétimo)


O roteiro pede que na seleção que o protagonista tenha cerca de 30~35 anos, a protagonista de 20~28. E a figuração é para todas as idades. Isso não parece tão difícil de conseguir, o que o roteiro pede que é um pouco complicado é a locação. Um prédio que ceda o elevador para uso livre e traquinas - serão feitas algumas traquinagens no elevador.

Para o próximo post eu trarei o cartaz do filme. Ou deixo pronto para outra pessoa postar.
Por enquanto esse é o avanço que posso prometer, falta só uns detalhes técnicos ao roteiro e já estou pensando na trilha sonora.

Aguardem o próximo post.







segunda-feira, 31 de agosto de 2009

RELATORIO SEMANAL


Relatório semanal de atividades –
23 a 29/08/2009



PROJETOS:


01) Cineacademia –
A agência escolheu para editora da revista à redatora Thais Mocelin, que organizou a ordem dos redatores para a postagem dos conteúdos, a partir do calendário elaborada pela professora.
A primeira pauta apresentada pela editora e aprovada foi sobre o cineasta Guto Pasko, ator, diretor de cinema, roteirista, produtor, editor, diretor técnico-artístico da AVEC - Associação de Cinema e Vídeo do Paraná, além de diretor artístico e proprietário da GP7 Cinema & Atores –. A pauta foi realizada pela redatora Marcela Weiller .
Para esta semana, o redator Adolfo esta produzindo texto sobre Tom Lisboa que é Mestre em Comunicação e Linguagens, professor da pós em cinema da Universidade Tuiuti do Paraná. Lisboa é o responsável pelas sessões do cineclube Contramão.
Na quarta-feira, faremos uma reunião com todos os redatores da agência para definirmos as próximas personalidades e projetos para que eu possa postar o banco de pautas na próxima semana.
A princípio não estamos encontrando grandes dificuldades para realizar nossas tarefas. O único contratempo até aqui, foi administrado pela editora que inverteu a pauta e redatores em função da ausência do entrevistado, Alexandro Larocca, que ficou para a próxima semana.
Um ponto positivo deste trabalho é que estamos conseguindo bons contatos e realizando pautas com pessoas importantes para a cena cinematográfica local e internacional. Estas experiências nos dará a oportunidade de aprofundarmos nossos conhecimentos sobre como fazer cinema.


02) Produção do Curta –
A Impressione esta organizando o staf para a realização de mais um produto, o Curta que será lançado no final do semestre.
A equipe trabalhou durante duas semanas brifando idéias até chegar a uma proposta de consenso.
Tema escolhido: O Elevador e situações cotidianas que permeiam o universo deste meio de transporte.
A proposta do tema escolhido pelo grupo foi sugestão da Thaís e esta sendo roteirizado pelo Adolfo.

Sinopse curta:
Um homem se interessa por uma mulher somente por ouvir os passos de salto alto. Ela mora no andar de cima, e mesmo sem nunca terem se cruzado ele começa a procurar por ela – no elevador, o ambiente menos sugestivo para um curitibano interagir.

Até o dia 02/09 o roteiro deverá estar pronto, para que as diretorias assim como a produção possam desenvolver o cronograma de ações, definir as locações e demais providências necessárias para a realização do projeto.



Equipe de Produção:

Direção geral: Tassi
Assistente de direção: Adriana
Roteiro e direção de marketing: Adolfo
Assistente de roteiro e pesquisa: Thaís
Produção: Gilce
Direção de arte: Marcela
Direção de som: Rosana

Esta e a configuração inicial, durante a semana definiremos outras funções fundamentais como: fotografia, iluminação, figurino, elenco... Estas tarefas serão acumuladas pelos membros da equipe.


Coordenador da Agência: Gilce Martins

Segundo semestre: gás novo!

Depois de um período prolongado de férias, a Impressione está de volta, com muitas novidades! A primeira delas é a entrada de um novo componente (bendito ao fruto) no grupo: Adolfo Wendpap. Seja bem-vindo! E mãos à obra, que o segundo semestre será de muito trabalho!

Segunda novidade: agora, além do diário de bordo em nosso blog, também vamos produzir, semanalmente, matérias para a revista virtual Cineacademia (www.cineacademia.blogspot.com). A equipe da Impressione se responsabiliza pela editoria “Gente” e buscará informações sobre as pessoas que, conhecidas ou não, movimentam a produção cinematográfica paranaense.

Terceira novidade: nossa maior produção já está sendo concebida!!! Em breve, teremos um curta metragem no currículo. Ideias, ideias, ideias pipocando... e ganhando forma na primeira versão do roteiro.

Aguardem as próximas postagens, para saber mais do que vem por aí...

Thaís Mocelin

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Videomovimento - Bon Voyage

Fragmento de 5 minutos baseado no Filme: Notre Musique (Nossa Música) – Jean–Luc Godard - (París – 2004)

Argumento:
O reencontro de duas amigas gera um momento de reflexão. Ambas, artistas plásticas vivem momentos opostos na vida e carreira profissional.
Izabel é uma artista com reconhecimento internacional, que sai do Brasil durante os anos de “chumbo’. Na época era estudante, ativista, pertencia a classe média alta e viveu toda a instabilidade política. Agora, bem sucedida retorna ao Brasil e durante o reencontro com a jovem amiga, faz um balanço existencial. No contra ponto, Lúcia, 22 anos, acaba de se formar na escola de Belas Artes e está partindo para Paris, para uma especialização.
As cenas do encontro são entremeadas por colagens de imagens, fotos de movimentos políticos, artísticos e sociais da época ( 1964 a 80) e de movimentos recentes, ( nacionais e internacionais) com a intenção de ilustrar o ponto de vista da personagem (Izabel).

Gilce Martins


http://www.youtube.com/watch?v=MYK_u32ZOYg

segunda-feira, 8 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

Vagando pela Nouvelle Vague

Num primeiro momento, chegou a se acreditar que se tratava de um movimento de televisão. Mas, no final da década de 50 e ao longo dos anos 60, o movimento francês rompeu com o chamado cinema de estúdio e configurou-se como momento de redefinição de padrões e maneiras de filmar. Misturando conteúdo de patrimônio europeu (tendo Paris como principal referência) com a cultura de massa hollywoodiana, a “nova onda” era explorar as possibilidades do cinema dito moderno.

Pensar em novidade, neste caso, não significa ignorar o velho. A vanguarda teve como marca o interesse pela memória do cinema. Até então, este era pensado apenas em estúdios e com base em uma linguagem que não se preocupava com tradição. Já para a Nouvelle Vague, o museu e a cinemateca eram lugares privilegiados para o processo criativo.

“Incorporando estilos e posturas da pop art ao teatro épico, da colagem ao ensaio, dos quadrinhos a Balzac, Marx e Manet, a Nouvelle Vague acabou por sintetizar uma original incorporação crítica da cultura material e imaterial ao redor, da cultura atual e dos museus” (Alfredo Manevy).

Havia uma visível admiração pelo neo-realismo italiano, em especial por Roberto Rossellini. Os primeiros filmes da Nouvelle Vague são marcados pelos métodos deste diretor: filmes rápidos, improvisados com base em anotações ou leituras científicas e, em alguns casos, até em preto-e-branco.

A maioria dos estudiosos do assunto descreve Nouvelle Vague como um movimento de juventude. Os principais expoentes escreviam e faziam filmes ainda adolescentes, com uma boa dose de irresponsabilidade política dos “vinte e poucos anos”, porém, com uma bagagem cultural surpreendente.

“O movimento cinematográfico levou às telas expectativas e frustrações de uma geração de jovens amadurecidos na Guerra Fria, numa Europa pós-guerra sem inocência, massificada e hiperpovoada de imagens do cinema, da publicidade e da recém-consolidada televisão” (Alfredo Manevy).

Há uma gama de características, entre elas: complexa relação entre tradição e ruptura; estética do fragmento (descontinuidade); incorporação do acaso; uso de formas atribuídas ao documentário; influências da pop art ao teatro épico; erotismo pungente; romantismo tragicômico; mise-en-scène (expressão que sintetiza a encenação dos atores e sua relação com a câmera, dentro de um filme) de grande expressão; valorização da montagem, e utilização da dificuldade de produção como trunfo para a invenção narrativa.

“Laboratório por excelência de uma estética do fragmento da incorporação do acaso na filmagem, da polifonia narrativa e de uso de formas até então atribuídas ao documentário, às artes visuais, ao ensaio e à literatura, a Nouvelle Vague fez chegar ao cinema a sua juventude tardiamente, com um pé na maturidade, compondo uma observação autocrítica dos imaginários urbanos, antropologia radical oposta à vocação de "vulgaridade e comércio" do cinema e das mitologias da sociedade de consumo” (Alfredo Manevy).
REFERÊNCIA:
História do Cinema Mundial – Fernando Mascarello (org.)
Capítulo 9 – Nouvelle Vague – Alfredo Manevy
Thaís Mocelin

sexta-feira, 5 de junho de 2009

IMPRESSIONE NA NOVA ONDA

A equipe da produtora IMPRESSIONE está trabalhando no seu novo projeto: análise e pesquisa da Nouvelle Vague, (Nova Onda). O movimento do cinema francês dos anos 50. Para auxiliar nas pesquisas da equipe, segue abaixo um link em PDF com um artigo acadêmico do professor, doutorando da UFF -(Universidade Federal Fluminense) Antonio C. C. Souza.
Um trabalho sério, que ilustra bem o que nos foi apresentado pela professora Celina em aula.
É importante lermos este material porque além de trazer informações sobre a NV, também tem uma análise do filme Tempos de Guerra de Jean+Luc Godard um dos principais diretores da NV francesa, que foi também indicação da Professora para que concentrássemos nossa pesquisa neste diretor.
Este artigo foi apresentado ao curso de Cinema Francês Nouvelle Vague da casa Brasil- França

http://www.historia.uff.br/nec/textos/resen13.PDF

GilceMartins

Filmografia de Jean-Luc Godard

É possível entrar nos filmes em destaque
1954 Opération Béton (cm)
1955 Une Femme Coquette (cm)
1957 Tous les Garçons s'Appellent Patrick (cm)
1958 Une Histoire d'Eau (cm)
1959 Charlotte et son Jules (cm)
1959
À Bout de Souffle (Acossado)
1960
Le Petit Soldat (O Pequeno Soldado)
1961
Une Femme Est une Femme (Uma Mulher É uma Mulher)
1961 La Paresse (A Preguiça) epis. de Les Sept Pechés Capitaux (Os Sete Pecados Capitais)1962 Vivre Sa Vie (Viver a Vida)
1962 Le Nouveau Monde (O Novo Mundo) epis. de RoGoPaG (Relações Humanas)
1963
Les Carabiniers (Tempo de Guerra)
1963 Le Grand Escroc (O Grande Escroque) epis. de Les Plus Belles Escroqueries du Monde (As Maiores Vigarices do Mundo)
1963
Le Mépris (O Desprezo)
1964 Bande à Part
1964 Montparnasse-Levallois epis. de Paris Vu Par... (Paris Visto Por...)
1964 Une Femme Mariée (Uma Mulher Casada)
1965
Alphaville (Alphaville)
1965
Pierrot le Fou (O Demônio das Onze Horas)
1966
Masculin-Féminin (Masculino Feminino)
1966
Made in USA (Made in USA)
1966
Deux ou Trois Choses Que Je Sais d'Elle (Duas ou Três Coisas Que Eu Sei Dela)
1966 Anticipation ou L'Amour à l'An 2000 epis. de Le Plus Vieux Métier du Monde (O Amor Através dos Séculos)
1967 Caméra-Oeil epis. de Loin du Vietnam (Longe do Vietnã)
1967
La Chinoise (A Chinesa)
1967 L'Aller et Retour Andate e Ritorno des Enfants Prodigues dei Figli Prodighi epis. de Vangelo 70
1967
Week-End (Weekend à Francesa)
1968
Le Gai Savoir (A Gaia Ciência)
1968 Ciné-Tracts1968 Un Film Comme les Autres (Um Filme Como os Outros)
1968
One Plus One / Sympathy For The Devil
1968 One American Movie (One A.M.) — projeto inacabado
1969 British Sounds
1969 Pravda1969 Vent d'Est (O Vento do Leste)
1969 Luttes in Italie
1970 Jusqu'à la Victoire — projeto inacabado
1971 Vladimir et Rosa
1972
Tout Va Bien (Tudo Vai Bem)
1972 Letter To Jane
1974 Ici et Ailleurs (Aqui e em Qualquer Lugar)
1975 Numéro Deux (Número Dois)
1975 Comment Ça Va? (Como Vai Você?)
1976 Six Fois Deux (sur et sous la communication) — seis episódios
1978 France Tour Détour Deux Enfants — doze episódios
1979
Sauve Qui Peut (La Vie) (Salve-se Quem Puder: A Vida)
1981
Passion (Paixão)
1982 Scénario du Film Passion (Roteiro do Filme Paixão)
1982 Lettre à Freddy Buache (Carta a Freddy Buache)
1982
Prénom Carmen (Carmen de Godard)
1983
Je Vous Salue Marie
1984
Détéctive (Detetive)
1986 Grandeur et Décadence d’un Petit Commerce de Cinéma1986 Soft And Hard
1986 Meeting Woody Allen
1987
Soigne Ta Droite (Cuida da Tua Direita)
1987
King Lear (Rei Lear)
1987 Enfin, il est en ma puissance epis. de Aria (Aria)
1988 On s’est tous défilé1988 Puissance de la parole
1988 Le Dernier mot1989 Le Rapport Darty
1989 Histoire(s) du Cinema: Toutes les Histoires
1989 Histoire(s) du Cinema: Une Seule Histoire
1990
Nouvelle Vague (Nouvelle Vague)
1990 L’Enfance de l’art epis. de Comment Vont les Enfants
1991 Allemagne année 90 neuf zéro
1991 Contre l'Oubli — epis.
1993 Les Enfants jouent de la Russie (As Crianças Brincam de Rússia)
1993
Hélas Pour Moi (Infelizmente Para Mim)
1994
J.-L.G./J.-L.G. — Auto-portrait de Décembre (JLG por JLG — Auto-retrato de Dezembro)
1995 2X50 Ans de Cinéma Français (2X50 Anos de Cinema Francês)
1996
For Ever Mozart (Para Sempre Mozart)
1998 The Old Place
1998
Histoire(s) du Cinéma (História(s) do Cinema) – oito episódios
1999 Éloge de l'Amour — ainda não finalizado

Gilce Martins

REMAKE PULP FICTION BY IMPRESSIONE

Para assistir ao remake de Pulp Fiction de Quentin Tarantino, realizado pela produtora IMPRESSIONE - AUDIO E VÍDEO, basta acessar o link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=xVQ_N0TD2U8

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Nouvelle musical!

Super interessante que, fazendo algumas pesquisas sobre Nouvelle Vague, achei uma banda com esse nome.
O interessante é que o nome da banda, segundo eles mesmos, é um jogo de palavras, que refere à francesidade deles, ao movimento artístico do cinema francês Nouvelle Vague, à fonte de suas canções e ao modo como eles usam a Bossa Nova, todos estilos dos anos 60.
Claro que não tem nada a ver com os filmes, mas como achei muito interessante e o som deles é bem legal resolvi postar sobre...
Se tiverem um tempo e quiserem saber mais sobre a banda e ouvir o som dele... espero que gostem tanto quanto eu.
Beijãoo!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Análise do filme

Confesso que sangue jorrando e achar graça em lutas nunca foram o meu forte. Até começar a estudar Tarantino de fato, a primeira coisa que vinha à mente ao ouvir o nome dele era Kill Bill e todo aquele exagero! De Pulp Fiction, conhecia apenas metade do filme e, na época em que o assisti, certamente meus olhos eram outros. Interessante como o mundo dá voltas...

Depois de estudar o diretor, pesquisar sua obra e seu filme mais representativo, a análise é bem diferente. É difícil se ater apenas à história. Detalhes técnicos saltam às nossas vistas e reparamos em coisas que parece que mais ninguém repara... Uma visão mais detalhista e ao mesmo tempo mais amadurecida. É possível analisar vários aspectos que fizeram do filme o sucesso que é até hoje.

Podemos falar da narrativa ousada, nada linear, que entrelaça histórias principais e secundárias, com muita ação. A história tem mais de um núcleo dramático e explora a temática do crime por diferentes ângulos. Isso acarreta em um tempo maior de duração da obra, mas não atrapalha o dinamismo, pois as histórias são costuradas de maneira bem interessante pelo fio condutor chamado Tarantino.

Ousada também é a construção das personagens, longe da lógica maniqueísta. Não existe bem ou mal perfeitamente delimitado. Vincent Vega é um assassino descontraído, de comportamento espontâneo e até um pouco inconseqüente de quem acabou de voltar da Europa e ainda tem um quê de deslumbrado. Jules Winnfield, apesar de manter o humor, está num momento de autoconhecimento e descoberta da espiritualidade. Na cena escolhida para o remake nota-se de um lado o tom calmo, como o de quem ensina uma lição a um discípulo, e de outro a inquietude de quem não está preparado para aceitar e não compreende. Mia Wallace, conforme já foi dito, também não é uma mocinha convencional. Tampouco os personagens de Bruce Willis (Butch Coolidge) ou do bandidão Wallace podem ser descritos como estereótipos.

Diálogos sobre coisas corriqueiras, que aparentemente não influenciam em nada no enredo, quebram a tensão do filme e introduzem o humor característico do diretor. As curiosidades sobre como são chamados sanduíches (royale with cheese) e a discussão sobre o teor ofensivo de uma massagem nos pés, por exemplo, servem para deixar o caminho até o assassinato marcado descontraído, como se o trabalho prestes a ser executado fosse o mais natural do mundo. Falando em natural... e o Travolta no banheiro, duas vezes!

Outra coisa característica, mas desta vez dos filmes americanos em geral, é a participação da comida como importante objeto de cena: milk shake de 5 dólares, fast food, pedido de café exagerado com panquecas e doces mesmo num hotelzinho simples e o próprio café da manhã com muito bacon reproduzido por nossa produtora...

Outro ponto de destaque é a trilha sonora, que foi compilada em cd e comercializada. A faixa principal (Mirsilou) até hoje é reutilizada para diferentes fins e a capa com Uma Thurman é uma das imagens mais famosas referentes ao filme (e já foi postada aqui anteriormente inclusive).

Palavrões, palavrões, palavrões! Linguagem informal e muitos palavrões permeiam a maioria dos textos. Não sei até que ponto eles estavam escritos mesmo no roteiro ou foram incorporados pelos atores, mas de qualquer forma, o texto faz sobressair a interpretação. Não foi a toa que Jackson e Travolta também ganharam prêmios.

Assim como o filme não se propõe a fazer juízos de valor, não defino Pulp Fiction como bom ou ruim. Visão exagerada? Distorcida? Crítica? Talvez. Gosto da dose de ironia!

Thaís Mocelin

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Atividade de Produção


Na quarta-feira, dia 20 de maio, a Produtora Impressione juntamente com colegas de outra equipe, uniram-se durante o horário de aula para executar uma atividade que envolvem planos e movimentos descritos em um roteiro entregue pelo professor Almir na semana passada.
Após uma estudada no roteiro, começou a divisão de funções abaixo descrita:


- Diretor Geral – Thaís
- Diretor de Cena – Adriana
- Diretor de Arte – Nicolle
- Diretor de Fotografia – Thainá e Adriana
- Técnico de Som – Tássia
- Continuista – Rosane e Angélica
- Produtor – Marcela e Elisandra
- Cinegrafista - Gil
- Ator – Vinicius
- Atriz – Fernanda

Roteiro em mãos e funções divididas. Próximo passo foi correr atrás de objetos de cena, acessórios e materiais necessários para a realização da atividade.

- ELENCO:
1 Mulher / 1 Homem

- OBJETOS DE CENA:
Xícaras, bule, relógio de parede, lápis, roupão feminino, paletó, pijama, revista com palavras cruzadas, jornal

- MATERIAIS DE PRODUÇÃO:
Fita mini DV.


A equipe teve uma semana para providenciar os objetos e acessórios, e também para cada ator ensaiar sua parte e a direção definir os planos e os movimentos para cada cena.
Passada uma semana, enfim chegou o grande dia. Tínhamos a opção de gravar em estúdio, mas achamos à sala dos professores no laboratório de Comunicação Social da PUCPR mais adequado com nosso roteiro. E lá fomos nós, carregados de coisas para produzir nosso cenário.
A sala ficou linda, porém, pequena demais para 13 pessoas e todos os equipamentos. Mas deu tudo certo. A mesa ficou farta, com uma toalha colorida e sobre ela 1 bule, 2 xícaras, 1 caixinha de leite, 1 garrafa térmica com café, 1 faca, 1 pote com maionese, 1 potinhos com uvas e 2 pacotes de bolachinhas salgada. Os atores estavam bem preparados e caracterizados de acordo com o roteiro. Equipamento montado, tudo pronto, finalmente começou a gravação.
A equipe teve algumas dificuldades em realizar alguns planos devido a locação pela falta de espaço. Com ajuda do professor conseguimos fazer com que isso mudasse um pouco. Ele nos deu algumas idéias com relação aos movimentos de câmera e isso facilitou para que não deixássemos nossos atores fora dos planos, sem cabeça, sem braços, etc.
Procuramos fazer tudo da melhor maneira possível, mais perto do perfeito. Sentimos algumas dificuldades, mas isso foi superado. Esse trabalho foi ótimo, pois quem não sabe como é feito acha tudo muito fácil, tudo muito lindo. Mas é só fazendo para saber.
Depois de 1h30 de produção, terminamos e entregamos para o Almir nossa fita. Nas próximas aulas faremos o trabalho de edição desse material. Cada aluno irá editar o seu próprio trabalho em aula com orientação do professor.

Acima, nosso roteiro para quem quiser dar uma olhada.

Até a próxima, valeu equipe!!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

A vanguarda francesa


A Nouvelle Vague é um dos movimentos vanguardistas mais influentes na História do Cinema, que completou em 2008 “bodas de ouro” – 50 anos de existência. Movimento essencialmente crítico e constestador às convenções cinematógráficas, que trazia como características principais um estilo marcante que rompia com modelos estabelecidos. Essa ruptura ocorre com maior nitidez através dos diálogos e da montagem não linear. A Nouvelle Vague é um reflexo das mudanças políticas, econômicas e culturais que pairavam pela Europa no final dos anos 1950.

O marco do movimento é o filme Nas Garras do Vício, de Claude Chabrol, 1958. (Cena acima)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Remake pt2

Eram quase 9 horas da manhã e os termômetros marcavam 5 graus em Curitiba. Nós 5 encasacados, encolhidos no carro da Gilce e com o porta-malas lotado de equipamentos íamos em direção ao Mustang Sally no centro da cidade! Após alguns poucos imprevistos, entramos no local carregados de cabos, objetos de cenário, câmera, tripé e tudo o que você puder imaginar e enfim começam nossas atividades! Estávamos atrasados e nossos atores congelando, não podíamos perder tempo! Enquanto uma abria o molho de tomate a outra arrumava as xícaras sobre a mesa. Uma arrumava o tripé, outra os pratos e nesse ritmo acelerado, logo começamos a gravar! Nossos "John Travolta" e "Samuel L. Jackson" foram brilhantes! E assim a obra de Tarantino se fez realidade diante de nossos olhos. E aquele momento de cena gravada fez cada noite mal dormida, cada trabalho feito e cada texto escrito valer muito a pena!

Rosane Sousa

DECUPAGEM













domingo, 17 de maio de 2009

Making of


Só para despertar a curiosidade...
Thaís

sábado, 16 de maio de 2009

O Remake

Nessa sexta feira de manhã, a equipe da Impressione chegou ao bar Mustang Sally para fazer a filmagem do Remake da cena de Pulp Fiction. Depois de uma última reunião no carro, vimos de longe a porta aberta e alguém por ali. Descemos do carro, mas ao chegarmos a porta já estava fechada e não se via ninguém lá dentro para chamar.
Ali estávamos, com equipamento em mãos, roteiros de sobra, perucas, xícaras e cafeteira nas sacolas, quando uma mulher parou. Ela disse que trabalhava ali e que os funcionários não usavam aquela porta para entrar e se afastou em direção à porta dos fundos. Esperamos pra ver se ela iria abrir a porta para nós e, sem querer perder tempo, nossa diretora foi atrás dela.
Ao voltar, nos contou que a mulher estava para fora também, alegando que o chefe estava atrasado. Quando a Gil disse que nós havíamos visto alguém entrando pela porta da frente, a mulher respondeu que ali várias pessoas viram coisas que não estavam mesmo ali... É. Em qualquer situação, juro que eu não levaria isso na brincadeira e ficaria com muito medo. Mas já estávamos atrasados, um dos atores já tinha chegado e não tínhamos tempo para brincar com os fantasmas do Mustang. Fantasma ou não fantasma, tinha que nos receber logo, pois tínhamos que terminar no máximo às 11h.
Finalmente a porta se abriu e quem a abria parecia bem vivo. Parecia. Porque assim que abriu, pronunciou palavras que nos congelaram a alma. “Infelizmente vocês não poderão entrar. Não tem autorização, ninguém me avisou nada”. O funcionário nos olhava como se aquele grupo de mulheres (mais o ator) se parecesse com uma quadrilha de assaltantes. Será que tínhamos encarnado tanto os personagens do Tarantino?
Claro que nossa equipe havia entrado em contato anteriormente com o dono do estabelecimento, que pessoalmente autorizou a realização do nosso trabalho. Depois de muitos protestos da nossa diretora, o funcionário entrou e depois voltou com um sorriso amarelo como se tivesse acabado de ouvir o grito do patrão no telefone.
Um pouco atrasados e ainda descongelando da fria espera, começamos a montar o cenário e logo chegou o segundo ator. Rapidamente começamos a filmagem e tudo correu bem. Confirmamos o que desconfiávamos: o principal na realização do filme é o que acontece antes de ligarmos às câmeras. Toda a preparação do roteiro, a busca pelos objetos de cena, pela locação, pelos atores e o empenho deles em ensaiar bem o texto e os trejeitos, foi o que fez tudo acontecer de forma tão tranqüila na hora do “vamos ver”.
Foi uma experiência maravilhosa para cada um dos envolvidos. Aprendemos muito, encontramos os melhores atores-que-não-são-atores possíveis, que já foram avisados sobre o Curta do semestre que vem! Foi uma experiência tão positiva que quase apaga a lembrança das longas 5 horas na ilha de edição... Mas mesmo depois disso eu ainda estou na frente de um computador só pra poder contar do nosso “bebê”, como diz a Gil.

Well done, girls. Well done.

Adriana Vieira.