Depois de muita trabalheira pré-produção e deslocamento do quadrado tempo para quarta, quinta e sexta-feira da semana passada, enfim as gravações do curta “Elevador” sacudiram a Impressione.
O primeiro dia de gravação (dia 23) aconteceu na casa do colega Adolfo e teve como foco as cenas em que os protagonistas contracenam sozinhos. De manhã foi a vez dele. A tarde foi dela. Já a noite... foi da produção! Saímos da primeira locação, diretamente para a outra: o prédio Monterosso, em plena fase de acabamento, da construtura Hugo Peretti (http://www.hugoperetti.com/
O segundo dia de gravação (dia 24) começou com uma rápida externa na frente do prédio do ator protagonista. Enquanto isso, parte da equipe já estava no prédio em obras para continuar “vestindo” a base do nosso curta: o elevador! O resto da manhã foi de muitas tachinhas, marteladas e risadas. Até o Sidnei (o cinegrafista) entrou no clima da produção e certamente voltou para casa levemente alterado pela loucura da equipe. Aposto que o primeiro pensamento que passou pela cabeça dele é que estávamos inventando moda e que seria impossível fazer tudo aquilo que imaginamos. Bem, na parte da moda ele estava certo, mas demos conta! Mega produção é assim... Quem disse que gostamos de facilitar quando podemos deixar tudo mais complicado? Dia de maior correria, com mais atores, mais troca de cenários, figurinos, coisas bizarras e tempo apertado. Roubo, Intervenção (mais conhecida por “vai cair”), Titanic, Carbonara, Zumbi e Carne. “Cadê o dinheiro e o canivete? Zuuuuuum. Por que esta furadeira ainda está ligada?????? E a toalha da mesa? A quadriculada fica melhor! Onde foram parar os talheres? Zuuuuuuum. Corre pedir para eles pararem de novo! Pode arrumar o macarrão e colocar na bandeja! Silêncio. Pendura as máscaras de oxigênio! Coloca o vaso de planta no lugar certo! Time code?! Maquiagem do zumbi! Oh abre-alas para os bifes passarem, saiam da frente! Traz o catchup, meleca a gosto! Ui. Limpa tudo!” Fim de tarde: nossos atores foram embora, mas o trabalho adentrou a noite... Retirada de todo o revestimento branco e colocação do fundo infinito preto. Agora já com maior prática – não fosse a teimosia e a tortuosidade do EVA... Desta vez o vigia estava em seu posto às 20h30, quando os últimos integrantes da equipe deixaram o prédio (na verdade o que sobrou deles devido às dores musculares e o que aparecia em meio a tanta poeira).
O terceiro e último dia (dia 25) começou mais que cedo. Precisávamos fazer a manhã render e vencer a última bateria de cenas (última conforme o cronograma, pois a ordem de gravação no geral não seguiu a linearidade da narrativa). Nossos protagonistas chegaram cedo, a faxina no andar ocupado para as gravações foi mais rápida e já não era necessária troca do cenário. Decidimos manter o ritmo e paramos para almoçar apenas às 15h. Enquanto isso, bolachinhas para tapear os estômagos, trabalho de RP com os pedreiros e bom humor para comemorar o bom andamento de tudo. O terceiro dia também teve a gravação da cena final – uma das mais trabalhosas, na escada do prédio. E a participação mais que especial da avó do Adolfo, que trouxe ataques de riso para todos! O último “corta” foi comemorado em alto e bom som! Depois veio o corre-corre para desmontar tudo, devolver técnico e equipamentos ao laboratório, desmontar o set, reordenar a “mudança” que cada um levou de sua casa e finalmente desocupar o terceiro andar do Monterosso, nossa locação por dois dias.
Fim de tarde. Cronograma vencido. Tudo gravado. Dores musculares de sobra, muita gasolina gasta, horas de sono a menos, mas satisfação pela experiência e pelo trabalho realizado. Corrida para a ilha de edição capturar as imagens, porque o trabalho continua... e a edição já bate à porta! E a curiosidade também!
Thaís Mocelin
muito legal ler um relato apaixonado e bem escrito do q certamente ficará nas lembranças dos dias de faculdade.
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